As calçadas eram o ponto de encontro das pessoas antigamente. Elas se reuniam para conversar sobre o dia, as novidades, os problemas, as alegrias. Era um momento de troca, de comunhão, de amizade. As calçadas eram o espaço público onde se compartilhava o privado.
As crianças brincavam nas ruas, correndo, pulando, jogando bola. Os adultos ficavam sentados nas cadeiras de plástico, tomando um café, um refrigerante, uma cerveja. Os idosos contavam histórias do passado, ensinando lições de vida aos mais jovens. Os vizinhos se conheciam pelo nome, pelo rosto, pela voz.
As calçadas eram o cenário de muitas histórias. Histórias de amor, de paixão, de ciúme, de traição. Histórias de riso, de choro, de emoção, de consolação. Histórias de nascimento, de morte, de vida. Histórias que ficaram na memória de quem as viveu e de quem as ouviu.
As calçadas eram o lugar onde as pessoas se sentiam parte de uma comunidade. Onde elas se sentiam acolhidas, respeitadas, valorizadas. Onde elas se sentiam humanas.
Hoje em dia, as calçadas estão vazias. As pessoas preferem ficar em casa, isoladas, conectadas às telas dos celulares, dos computadores, das televisões. As pessoas não se falam mais, não se olham mais, não se tocam mais. As pessoas não se conhecem mais.
As calçadas estão silenciosas. As histórias estão esquecidas. As pessoas estão sozinhas.
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