Na geladeira, um universo silencioso habitava entre os potes de geleia, os recipientes de sobras e as garrafas de suco pela metade. Um pequeno grupo de verduras, esquecido há dias, começava a sentir o peso da incerteza e do medo pairando sobre eles.
No canto mais frio, onde o ar gelado mal conseguia alcançar, estavam reunidas algumas cenouras, alfaces e tomates. Eles trocavam olhares preocupados, sussurrando entre si sobre o destino incerto que os aguardava. As conversas se tornavam cada vez mais carregadas de ansiedade, enquanto o tempo passava e a chance de serem aproveitados nas refeições diminuía.
As cenouras, com suas cores vibrantes agora desbotadas, lamentavam não terem sido usadas em um delicioso cozido ou em uma salada refrescante. Elas se sentiam encolhendo a cada dia que passava, temendo que logo se transformariam em nada além de resíduos orgânicos.
As alfaces, outrora tão crocantes e viçosas, murchavam aos poucos, resignadas ao destino de se tornarem compostagem em vez de serem a estrela de uma salada fresca e saudável. Elas suspiravam ao lembrar das vezes em que foram escolhidas cuidadosamente na feira, cheias de esperança de fazerem parte de uma refeição nutritiva.
Os tomates, outrora tão suculentos e vermelhos, agora começavam a perder sua forma e firmeza. Eles lamentavam não terem sido transformados em um molho saboroso ou em um recheio de sanduíche apetitoso. Sua pele enrugada era um testemunho silencioso do tempo que passava sem que fossem notados.
Enquanto isso, do lado de fora da geladeira, o mundo seguia seu curso, alheio ao drama das verduras esquecidas. Mas dentro da geladeira, aquele pequeno grupo de alimentos se agarrava à esperança de serem resgatados antes que fosse tarde demais.
Até que, finalmente, um par de mãos abriu a porta da geladeira, trazendo uma lufada de ar fresco e uma luz de esperança para as verduras esquecidas. Era hora de serem resgatadas do limbo gelado, de serem transformadas em pratos deliciosos que dariam sentido à sua existência.
Com alívio, as cenouras, alfaces e tomates foram retirados da geladeira, prontos para cumprir seu destino na mesa, trazendo sabor, cor e nutrição para aqueles que as aguardavam ansiosamente. E assim, o grupo de verduras percebeu que, mesmo nos momentos mais sombrios, sempre há uma oportunidade para serem apreciadas e valorizadas.
Agora responda as perguntas:
Qual é o ambiente onde se passa a história? a) Uma feira. b) Uma despensa. c) Uma geladeira. d) Um jardim.
Qual é o problema enfrentado pelas verduras no texto? a) Elas não conseguem crescer. b) Elas estão congeladas demais. c) Elas estão esquecidas e têm medo de estragar. d) Elas querem se tornar compostagem.
O que as cenouras, as alfaces e os tomates desejam? a) Serem transformados em sopa. b) Serem resgatados e consumidos em refeições. c) Serem jogados fora. d) Serem esquecidos para sempre.
O que simboliza a abertura da porta da geladeira? a) O fim da história. b) Uma lufada de ar fresco e esperança. c) O congelamento das verduras. d) O início do drama.
Qual é a lição principal que podemos aprender com o texto? a) É importante esquecer das verduras na geladeira. b) Devemos sempre resgatar alimentos esquecidos. c) As verduras não têm importância. d) Devemos consumir apenas alimentos frescos.